05 February 2008

Crítica em Ratatouille


Ratatouille é um filme encantador. O ratinho Remy ajuda um jovem desajeitado, Lingüini, a cozinhar no restaurante do fictício chef mais famoso de Paris, Gusteau, recém-falecido. Remy se consagra com seu RATatouille - prato francês de origem camponesa que leva berinjela, tomate, abobrinha, cebola, pimentão (clique aqui para a receita completa). O pequeno chef prova que a afirmação de Gusteau "qualquer um pode cozinhar" é verdadeira. Basta fazê-lo com paixão, saboreando cada aroma, cada sabor. Remy é o primeiro a dobrar o entojado crítico gastronômico Anton Ego, cujo ego realmente aterroriza qualquer chef. Ego nos dá uma lição sobre a crítica, que pode se aplicar à de gastronomia e à cultural:
"De muitas maneiras o trabalho do crítico é fácil. Arriscamos pouco e desfrutamos de uma posição sobre aqueles que oferecem seu trabalho e a si mesmos ao nosso julgamento. Nós prosperamos na crítica negativa, que é divertida de se escrever e ler. Mas a dura realidade que nós críticos temos de encarar é a de que, no todo, uma porcaria medíocre é provavelmente mais significativa do que nossa crítica que assim a designou. Mas há vezes em que um crítico realmente arrisca algo e isto acontece na descoberta e na defesa do novo. O mundo é indelicado com novos talentos, novas criações. O novo precisa de amigos. [...] Nem todo mundo pode se tornar um grande artista, mas um grande artista pode vir de qualquer lugar"
.

PS: Não deixe de assistir, nos extras do DVD, a uma divertida animação que traz a história dos ratos e sua convivência com a humanidade - desde os homens das cavernas, passando pela peste negra, até os experimentos científicos realizados com esses bichinhos e que nos trazem tantos progressos. Não perca também a conversa sobre gastronomia e filmes com o chef Thomas Keller e o diretor Brad Bird. O notável trabalho da edição das entrevistas conecta os dois assuntos de maneira surpreendente.

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